terça-feira, 13 de julho de 2010
A Trilogia da vaquinha mimosa
Episódio 3
“O Leilão da Mimosa”
O cumpadre Ataíde estava por demais preocupado. A safra de feijão estava muito “safrada”(Que trocadilho sem vergonha!) e ele não sabia o que fazer para pagar o empréstimo ao banco. Vender a sua fazenda, nem pensar!
Ruminando a sua sorte(Ou seu azar?) ele entrou no bar do seu cumpadre Bráulio, que logo percebeu que alguma coisa estava errada.
Bráulio perguntou, fingindo não muito interesse:
- O que houve, cumpadre Ataíde?
Ataíde pediu uma pinga, tomou uma talagada, murmurando:
- O negócio tá feio, cumpadre Bráulio! Eu não sei como vou fazer para pagar o que eu estou devendo ao banco...
Bráulio alisou o bigodão, sugerindo:
- Uai! Vende a vaquinha Mimosa.
Ataíde quase deu um pulo, dizendo:
- Ara, cumpadre Bráulio! Vosmicê bem sabe que a Mimosa é como se fosse da família! Aliás, eu considero mais a Mimosa do que a minha sogra. Pelo meu gosto a Mimosa dormia no quarto e aquela velha peidona e rabujenta no estábulo!
Bráulio ponderou, tentando ajudar o amigo:
- Mas, cumpadre Ataíde, é um caso de emergência. Logo, logo, o cumpadre consegue uma outra Mimosa. Melhor até, vai ver!
Responde o Ataíde, filosofando:
- Num sei, não! A Mimosa é igual a Sula Miranda. Só existe uma! De mais a mais, quem vai pagar o verdadeiro valor da Mimosa?
Também fã da Sula Miranda, o Bráulio concordou:
- É, uma vaca que dá 80 litros de leite em três tetas vale muito mesmo!
E, abaixando a voz, ele perguntou ao cumpadre Ataíde:
- Cá pra nós, cumpadre: E na quarta teta? É verdade que por ela a Mimosa dá pinga da boa? Eu estou perguntando porque ouvi um comentário de que ela dava, mesmo, era gás de cozinha. É verdade?
O cumpadre Ataíde sorriu, dizendo:
- Se o cumpadre quiser mesmo descobrir, vai ter de vencer os concorrentes e comprar a Mimosa.
Sem entender nada, Bráulio perguntou:
- Vencer os concorrentes? Por quê?
Ataíde estufa o peito, orgulhoso, dizendo:
- Porque eu tive uma idéia porreta! Vou leiloar a Mimosa!
E logo a notícia de que a vaquinha Mimosa seria leiloada se espalhou. A matéria, como não poderia deixar de ser, virou até destaque especial no “Fantástico”. a única coisa que ninguém entendeu foram as respostas da vaca Mimosa ao repórter Renato Machado.
E, finalmente, chegou o dia marcado para o mais sensacional leilão realizado pelas bandas de Jacupiranga do Norte. Estavam presentes os homens mais ricos do país, inclusive o Sílvio Santos, que revelou que queria comprar a vaquinha Mimosa para ela apresentar um programa de entrevistas no SBT no lugar da Hebe Camargo. Ou, quem sabe, até no lugar do Jô Soares, assim uma espécie de “Mimosa Onze e Meia”.
Pra leiloeiro o cumpadre Ataíde convidou o Dr. Florisvaldo, o Juiz de Paz da cidade, um pinguço diplomado, que antes de começar o leilão já tinha tomado umas e outras e outras tantas. Muito “alto”, ele começou o leilão assim:
- Dona Mimosa, a senhorita aceita o Sr. Sílvio Santos, aqui presente, como o seu legítimo chifrudo... digo, esposo, até que a morte os separe?
Bem que a Mimosa quis dizer que “sim”, mas a confusão generalizou-se. Todos começaram a protestar alegando favorecimento ao Sr. Sílvio Santos, e que eles, igualmente, tinham direito à mão da Mimosa... Ou a pata?
Foi quando alguém gritou:
- Pessoal! Isso não era pra ser um leilão?
Todos se entreolharam, concordando.
Logo, um empresário japonês gritou:
- Eu dou uma!
Responde um gaúcho grandão:
- Ba, que eu dou duas!
Rebate um nordestino invocado:
- Home, esse menino! Eu dou três!
Um velhinho levanta a mão, ao que a turma pergunta:
- Tá dando quantas, vovô?
Responde o velho, sério:
- Já num tou dando mais nada! Eu só quero saber onde é o mictório.
Foi quando alguém chegou correndo, perguntando, apavorado:
- Quem é o dono de um fusquinha amarelo com placa de Itracarambi?
- Eu, grita uma jovem morena, no meio da multidão. O que houve?
- É que a senhorita esqueceu a porta aberta e a chave na ignição...
- Aconteceu alguma coisa? quis saber.
- Sim, respondeu o moço. A vaca Mimosa fugiu nele.
É a vez do Ataíde perguntar, apavorado:
- O quê? Raios! Bem que percebi que ela não queria ser leiloada!
O cumpadre Bráulio pergunta para o amigo:
- E agora? O que você vai fazer?
Ataíde está desorientado:
- Bolas! Não faço a mínima idéia!
Alguém diz, a título de tranquilização:
- Não se preocupe. A polícia logo vai parar o fusquinha.
Bráulio matuta:
- É, Ataíde! a Mimosa só vai ser multada, nada mais!
Diz o Ataíde, desconsolado:
- E o pior é que a Habilitação dela está vencida!
Aí, o moço que informou da fuga, entra na conversa, dizendo:
- Não tem problema, não, seu Ataíde. A vaquinha fugiu na companhia do Sr. Sílvio Santos.
Todos arregalaram os olhos, perguntando:
- Em companhia do Sílvio Santos?
O rapaz admite, sério:
- Exatamente.
Ataíde matuta com os seus botões:
- Raios! Eu continuo não entendendo nada! Por que que ela fez isso?
O rapaz esclarece:
- Segundo eu fiquei sabendo, ela pediu ao Sílvio Santos que queria ir morar com ele em Niterói.
O Bráulio pergunta para o Ataíde:
- Será que ela também vai virar camelô?
(E aí? Vocês gostaram da “trilogia da Vaquinha Mimosa”? Eu só espero, peço a Deus, faço figa e rogo, que o Sílvio Santos não leve a mal a brincadeira! Foi apenas uma maneira carinhosa de homenageá-lo, especialmente pelo que ele representa para o povo da querida Niterói, por onde ele teve uma passagem brilhante e cuja lembrança disso muito nos orgulha. Eu, particularmente, tenho muita satisfação quando relembro esse momento da vida do querido empresário da televisão brasileira, coisa que certamente também acontece com muitos outros niteroienses. Claro, também conto com a compreensão dos queridos Jô Soares, Hebe Camargo, Sula Miranda e Renato Machado. Afinal, essa brincadeira é uma forma diferente de homenagem. Sucesso e tudo de bom a todos.)
Halexandre Lord
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